Reciclando a Tropicália: Tom Zé e o lixo lógico

Este artigo tem como objetivo apresentar e analisar a tese de Tom Zé sobre a Tropicália, presente em seu disco Tropicália lixo lógico, lançado em 2012. Primeiramente, destacam-se duas características importantes da música popular brasileira, que ajudam a entender a possibilidade de um disco--tese: a...

Full description

Bibliographic Details
Main Author: Paula Oliveira Campos Augusto
Format: Article
Language:Portuguese
Published: Universidade Federal de Santa Catarina 2015-06-01
Series:Outra Travessia
Subjects:
Online Access:https://periodicos.ufsc.br/index.php/Outra/article/view/44921
Description
Summary:Este artigo tem como objetivo apresentar e analisar a tese de Tom Zé sobre a Tropicália, presente em seu disco Tropicália lixo lógico, lançado em 2012. Primeiramente, destacam-se duas características importantes da música popular brasileira, que ajudam a entender a possibilidade de um disco--tese: além de ser definida como um “campo dialogal” (1), a música popular brasileira é dotada de uma “malha de permeabilidades”, pelo modo como a alta cultura se cruza com produções populares, tendo como resultado a “leveza” (2). Em seu álbum, Tom Zé não apenas assume o protagonismo da interpretação da Tropicália, mas, também, desloca a antropofagia do centro interpretativo dessa manifestação artística e cultural brasileira. Nesse sentido, o disco é compreendido, levando-se em conta tanto seus aspectos físicos quanto simbólicos, a partir do que Walter Moser denomina de reciclagem cultural, uma vez que Tom Zé processa a inclusão de “restos” e “dejetos” no espaço cultural e artístico. Ademais, com a reciclagem do lixo lógico, o espaço hegemônico incorpora materiais culturais de outras procedências, colocando-os em diálogo.
ISSN:1807-5002
2176-8552