Uma experiência de psicoterapia de grupo dentro da Estratégia Saúde da Família

Este trabalho avaliou um Grupo de Saúde Mental desenvolvido na Estratégia Saúde da Família, baseado na análise transacional associada à terapia cognitivo-comportamental, descrevendo o impacto desta intervenção na melhoria da qualidade de vida da população atendida. Na Unidade Básica de Saúde Cruz da...

Full description

Bibliographic Details
Main Author: Roy Abrahamian
Format: Article
Language:Portuguese
Published: Sociedade Brasileira de Medicina de Família e Comunidade 2012-01-01
Series:Revista Brasileira de Medicina de Família e Comunidade
Subjects:
Online Access:https://www.rbmfc.org.br/rbmfc/article/view/267
Description
Summary:Este trabalho avaliou um Grupo de Saúde Mental desenvolvido na Estratégia Saúde da Família, baseado na análise transacional associada à terapia cognitivo-comportamental, descrevendo o impacto desta intervenção na melhoria da qualidade de vida da população atendida. Na Unidade Básica de Saúde Cruz das Almas, da Prefeitura de São Paulo, desde janeiro de 2007, realiza-se um grupo de Saúde Mental, com a frequência de uma vez por semana, com duração de uma hora. Neste grupo, os participantes discutem temas de seus interesses e aprendem técnicas de psicoterapia para lidarem com eventos do cotidiano e manejarem suas emoções e comportamentos de forma construtiva. O grupo é aberto aos interessados em participar das sessões de terapia, constituindo-se, em sua maioria, de pacientes acompanhados pelas equipes do Programa Saúde da Família e encaminhados ao Grupo de Saúde Mental. Ao ingressarem ao grupo, os pacientes preenchem o questionário sobre a saúde do(a) paciente, versão brasileira, conhecida pela sigla PHQ-9. Após frequentarem o grupo por, no mínimo, 12 sessões, os participantes preenchem um questionário de autoavaliação, informando sobre sua sensação de melhora em relação à sua saúde, melhora na autoestima e nos relacionamentos pessoais, e a visão mais positiva da vida e das outras pessoas. Dos participantes avaliados, 40 preencheram o questionário PHQ-9. Destes, nove (22,5%) tiveram pontuação de zero a quatro (sem depressão); seis (15%) tiveram pontuação de cinco a nove (depressão leve); dez (25%) tiveram pontuação de 10 a 14 (depressão moderada); sete (17,5%) tiveram pontuação de 15 a 19 (depressão moderada a grave); e oito (20%) tiveram pontuação de 20 ou mais (depressão grave). Dos 65 pacientes que responderam ao questionário de autoavaliação após pelo menos 12 sessões de terapia, 51 (78%) relataram visão mais positiva da vida e dos outros com a terapia; 44 (67%) referiram melhora da autoestima; 52 (80%), melhora nos relacionamentos e 53 (81%), melhora em relação à saúde. A melhora relatada pelos pacientes nas diversas áreas de suas vidas aponta para a importância desse tipo de abordagem dentro da Estratégia Saúde da Família, e para o impacto positivo da Psicoterapia baseada na Análise Transacional associada a técnicas cognitivo-comportamentais no tratamento de pacientes com transtornos mentais na Atenção Primária à Saúde.
ISSN:1809-5909
2179-7994