Summary: | A introdução de inovações tecnológicas nos sistemas produtivos mantém a divisão de espaços profissionais entre os gêneros e coloca questões às ciências sociais. Uma distinção entre o trabalho feminino e o masculino perpassa as novas competências requeridas, como uma construção social que repousa na representação do feminino como negativo da qualificação. O presente texto baseia-se numa pesquisa realizada no metrô de São Paulo entre 1985 e 1989. Constitui uma tentativa de contribuir para uma reflexão em torno do conteúdo da separação dos espaços profissionais entre trabalho feminino e masculino, acompanhando a oposição à entrada das mulheres no trabalho envolvendo qualificação técnica. A atitude contra a "invasão feminina" que, se representa como uma atitude de defesa de espaços profissionais é também de defesa do coletivo. E, ainda, de resistência à uma re-elaboração do "fazer" enquanto competência profissional concebido no masculino e, por conseguinte, uma atitude de resistência contra o viver a alteridade que a "condutora" representa na subversão da identidade masculina.
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