Demandas reprodutivas e a assistência às pessoas vivendo com HIV/AIDS: limites e possibilidades no contexto dos serviços de saúde especializados Reproductive demands and health care for people living with HIV/AIDS: limits and possibilities within the context of specialized health services
Objetivando compreender o modo como foram tratadas, em serviços de saúde especializados, as demandas reprodutivas das pessoas vivendo com HIV/AIDS, desenvolveu-se estudo de natureza qualitativa, utilizando-se como referencial teórico o conceito de Necessidades em Saúde e como estratégia metodológica...
Main Authors: | , |
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Format: | Article |
Language: | English |
Published: |
Escola Nacional de Saúde Pública, Fundação Oswaldo Cruz
2003-01-01
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Series: | Cadernos de Saúde Pública |
Subjects: | |
Online Access: | http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0102-311X2003000800013 |
Summary: | Objetivando compreender o modo como foram tratadas, em serviços de saúde especializados, as demandas reprodutivas das pessoas vivendo com HIV/AIDS, desenvolveu-se estudo de natureza qualitativa, utilizando-se como referencial teórico o conceito de Necessidades em Saúde e como estratégia metodológica a Observação Participante. O estudo indicou que os trabalhadores compreenderam as demandas reprodutivas como das mulheres, ligadas ao controle da transmissão vertical do HIV. As demandas reprodutivas não foram tomadas como objeto do trabalho coletivo. Foram evidenciadas diferentes racionalidades técnicas, éticas e morais. No pólo dos trabalhadores predominou a lógica do controle da epidemia, e no pólo dos usuários predominou as escolhas ligadas ao modo de vida, consubstanciadas no "aparecimento da gravidez". O reconhecimento da autonomia, quanto às decisões reprodutivas das pessoas vivendo com HIV/ AIDS, parece necessário para a formulação de estratégias assistenciais que respeitem os Direitos Humanos e minimizem os riscos de infecção pelo HIV.<br>This qualitative study discusses how professionals in specialized health care services in the city of São Paulo have responded to the reproductive demands of people living with HIV/AIDS. Participant observation was the main methodological strategy; the concept of health demands was an important theoretical reference in the analysis. According to the health professionals, reproductive health demands were raised exclusively by women and related to mother-to-child HIV transmission. Reproductive issues were not recognized as patients’ needs, nor were they included among the objectives of collective staff work. Distinct technical, ethical, and moral rationalities were observed. Among health professionals, to control the epidemic was the prevailing logic, while among patients, exercising lifestyle choice was the key issue, materialized in the "unexpected advent of pregnancy". In order to formulate health care strategies that respect human rights and reduce the risks of HIV transmission, it is necessary to recognize the autonomy of people living with HIV/AIDS in relation to reproductive decisions. |
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ISSN: | 0102-311X 1678-4464 |