Summary: | A adaptação das espécies é uma das ideias centrais da síntese evolutiva, contudo, alguns obstáculos epistemológicos estão presentes na construção histórica desse conceito. A história da ciência emerge de interpretações dos contextos de desenvolvimento e produção da ciência, os obstáculos epistemológicos emergem dos mesmos contextos, dessa forma a epistemologia de Bachelard é adotada como referencial teórico principal. Ao utilizar a epistemologia histórica e crítica de Bachelard, são evidenciados os obstáculos epistemológicos presentes na construção do conceito de adaptação, ao longo do tempo, desde a visão fixista das espécies até à síntese moderna. Rupturas e descontinuísmos também foram evidenciados nessa retomada histórico-epistemológica. Concluímos que o conceito de adaptação passou por controvérsias. Em princípio mudanças foram atribuídas à obra do criador que visava o melhor arranjo possível para as espécies; em outro momento as ideias de mudança ganharam força, no entanto, a adaptação foi entendida como uma resposta ao ambiente; posteriormente, com a publicação das ideias de Darwin, a adaptação é compreendida como algo que existe nos indivíduos (os indivíduos apresentam diferentes tipos de adaptações), porém o ambiente seleciona as combinações mais favoráveis; a conciliação entre a teoria de Darwin e Mendel culminou na síntese evolutiva, aqui os mecanismos genéticos mais a seleção natural explicam a surgimento e a fixação de características adaptativas nas espécies.
|