Summary: | A ideia de programar ações de melhoria na qualidade do ensino levou o Estado a dividir com a mídia os espaços de formação de professores. Isso fez surgir uma discursividade cujos efeitos apontam para um currículo pedagógico que funciona em meio a um conjunto de verdades e equipa o professor com uma teoria voltada para a profissionalidade e conduta do outro. Diante de todo esse profissionalismo, é possível entrever uma teoria da pessoalidade? É possível descrever um currículo cujos efeitos apontam para a transformação das subjetividades do professor e não apenas para sua formação? A partir desses questionamentos, objetivo descrever como os discursos da mídia problematizam a subjetividade do professor, pensando-a a partir de um currículo psicagógico, cujas verdades não têm como finalidade formar, mas transformar o modo de ser do professor. Para problematizar esse currículo psicagógico, tomo o discurso produzido na edição de Dezembro/2001, da Revista Nova Escola. Conduzo este estudo a partir do campo da Linguística Aplicada com idéias que vêm das noções desenvolvidas por Michel Foucault, além de conceitos colhidos entre pesquisadores como Antonio Nóvoa, Stephen Ball, Alfredo Veiga-Neto, Tomas Tadeu da Silva, Zigmunt Bauman e outros. Os resultados desse estudo apontam que a mídia, ao pensar um currículo psicagógico, propicia ao professor espaços de liberdade diante das pressões sociais e históricas e a apreensão de subjetividades mais autônomas, singulares, mais abertas às mudanças que se apresentam continuamente na liquidez da modernidade.
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