A arte de si: por uma nova ética do corpo
Por meio do estabelecimento de um diálogo entre as ideias de “estética da existência”, de Michel Foucault, e de dândi, na esteira de Charles Baudelaire, Daniel Salvatore Schiffer e Michel Onfray, viso pensar o sujeito moderno enquanto artista de si mesmo. Tal sujeito não é constituído substancialmen...
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Centro Latino-Americano de Estudos em Cultura
2019-05-01
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doaj-0a97a0cf3fce4d8885b60d1ac8d950ed2020-11-25T02:35:44ZspaCentro Latino-Americano de Estudos em CulturaRevista Latino Americana de Estudos em Cultura e Sociedade2525-78702019-05-015410.23899/relacult.v5i4.1191660A arte de si: por uma nova ética do corpoCesar Marcos Casaroto Filho0Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do SulPor meio do estabelecimento de um diálogo entre as ideias de “estética da existência”, de Michel Foucault, e de dândi, na esteira de Charles Baudelaire, Daniel Salvatore Schiffer e Michel Onfray, viso pensar o sujeito moderno enquanto artista de si mesmo. Tal sujeito não é constituído substancialmente por alguma entidade perfeita; a subjetividade dândi ocorre na imanência. Ao problematizar as forças socioculturais que interditam a livre expressão do desejo, proponho-me a refletir acerca de um sujeito constituído pelo trabalho estético que faz de si. Em tal concepção, sujeito é forma, ficção, trabalho ético sobre as forças passivas e ativas que o atravessam. Tendo em vista o entendimento de que o sujeito se dá na prática de si, intenciono questionar a ideia de obra de arte enquanto produto cindido da potência vital que a origina. Sendo assim, servindo-me da filosofia de Giorgio Agamben, pretendo pensar o artista de si enquanto força inoperante que resiste aos dispositivos culturais. Dândi é o sujeito que, ciente das suas potencialidades, pelo jogo que faz do seu corpo, no tempo do devir, cria novas formas de vida. O dandismo é um vitalismo. Dândi é a obra inoperante, inacabada, processo sem outro fim que o de viver para si mesmo, não em prol de forças externas que subjugam suas potencialidades.http://periodicos.claec.org/index.php/relacult/article/view/1191estéticaéticasujeitodandismoforma-de-vida |
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Por meio do estabelecimento de um diálogo entre as ideias de “estética da existência”, de Michel Foucault, e de dândi, na esteira de Charles Baudelaire, Daniel Salvatore Schiffer e Michel Onfray, viso pensar o sujeito moderno enquanto artista de si mesmo. Tal sujeito não é constituído substancialmente por alguma entidade perfeita; a subjetividade dândi ocorre na imanência. Ao problematizar as forças socioculturais que interditam a livre expressão do desejo, proponho-me a refletir acerca de um sujeito constituído pelo trabalho estético que faz de si. Em tal concepção, sujeito é forma, ficção, trabalho ético sobre as forças passivas e ativas que o atravessam. Tendo em vista o entendimento de que o sujeito se dá na prática de si, intenciono questionar a ideia de obra de arte enquanto produto cindido da potência vital que a origina. Sendo assim, servindo-me da filosofia de Giorgio Agamben, pretendo pensar o artista de si enquanto força inoperante que resiste aos dispositivos culturais. Dândi é o sujeito que, ciente das suas potencialidades, pelo jogo que faz do seu corpo, no tempo do devir, cria novas formas de vida. O dandismo é um vitalismo. Dândi é a obra inoperante, inacabada, processo sem outro fim que o de viver para si mesmo, não em prol de forças externas que subjugam suas potencialidades. |
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