Summary: | Este trabalho aborda a compreensão de vivências afetivas de crianças institucionalizadas à espera de adoção. Os sujeitos da pesquisa foram quatro crianças (duas meninas e dois meninos), com idade entre seis e nove anos. Buscaram-se informações sobre a sua história de vida nos prontuários da instituição, e as crianças foram entrevistadas individualmente. Observando-as em brincadeiras, em atividades na instituição e por meio do desenho livre, puderam ser percebidos modos e sentidos de alguns laços afetivos significativos para elas. Neles constatou-se que as percepções daquelas crianças no que se refere à instituição não eram tão problemáticas como se poderia supor à primeira vista. Entre elas e as cuidadoras, verificaram-se igualmente relações com certo nível de afetividade. Após análise qualitativa de dados, pôde-se perceber que as crianças se vinculam positivamente à instituição, entretanto, manifestam o desejo de ter um lar. Outras categorias emergentes acerca do vínculo afetivo, além da proximidade com as atendentes, foram o brincar, as amizades e a distinção entre o bem e o mal. Pode-se dizer que tais crianças, embora tenham estabelecido vínculos de afetividade com a instituição, ainda são agenciadas por um imaginário em que o desejo de ter uma família se revela muito intenso e com possibilidades de realização. conclui-se, com isso, que tais temáticas estão atreladas à possibilidade de a criança se relacionar com as demais pessoas de forma mais lúdica e simbólica.
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