Summary: | Este artigo discute o processo de consolidação e institucionalização da reforma psiquiátrica em Aracaju/Sergipe a partir de uma pesquisa realizada entre 2009 e 2010, que teve como objeto as práticas da equipe de gestão Rede de Atenção Psicossocial (REAP). Foram realizadas entrevistas com sujeitos que compunham ou já haviam composto a equipe de gestão e análise documental dos relatórios anuais de gestão, seguindo o método da análise das configurações tomado como estudo de caso social e da análise do discurso de base foucaultiana. Constrói-se uma breve história da reforma psiquiátrica no município, pontuando em que medida a função de gerir articula-se com alguns dispositivos biopolíticos. Evidencia-se que a governamentalidade, inerente ao exercício de poder que caracteriza as funções estatais, efetiva-se através do exercício de gestão configurando práticas normativas a serviço do controle dos corpos, mas não impede a produção de práticas de resistência, como mostra o caso "Estrela" aqui apresentado.
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