Summary: | Em 1985 Marcel Gauchet publicou seu livro Le désenchantement du monde. Une histoire politique de la religion (Galimard) que veio a preencher uma lacuna em termos de grandes sínteses nos estudos de sociologia da religião. Sua análise da religião mostra que, longe de se reduzir a uma superestrutura, o religioso tem modelado ativamente a realidade coletiva e suas formas políticas. Mobilizado pelo estudo desta obra, há mais de vinte anos atrás, publiquei o artigo “Para ler Gauchet”, na revista Religião e Sociedade (1994). Neste artigo retomo a leitura de Désenchantement du Monde e do meu próprio texto, para pensar criticamente as teses de Gauchet a partir de três linhas de interseção dentro da produção atual das ciências sociais da religião. A primeira está referida à crítica que Thomas Csordas. Na segunda, discuto o lugar subordinado que a religião ocupa no pensamento de Gauchet e proponho a urgência em se superar a dicotomia entre o secular e o religioso. A terceira linha apresenta uma crítica ao pensamento ocidental a partir do pós-colonial.
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