Para além da imagem: o papel dos efeitos sonoros no filme O Pântano
Este artigo tem como objetivo principal investigar o papel de sons ambientes e ruídos naturais do cotidiano na construção narrativa e estilística do filme argentino O Pântano (La Ciénaga, Lucrecia Martel, 2001). A discussão parte do pressuposto de que a produção cinematográfica contemporânea costum...
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Universidade Federal de Juiz de Fora
2019-12-01
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doaj-096c6ae5136547fb88dfb227c4cad2432021-08-20T20:50:57ZporUniversidade Federal de Juiz de ForaLumina1516-07851981-40702019-12-0113310.34019/1981-4070.2019.v13.21550Para além da imagem: o papel dos efeitos sonoros no filme O PântanoRoberta Coutinho0Rodrigo Carreiro1Universidade Federal de PernambucoUniversidade Federal de Pernambuco Este artigo tem como objetivo principal investigar o papel de sons ambientes e ruídos naturais do cotidiano na construção narrativa e estilística do filme argentino O Pântano (La Ciénaga, Lucrecia Martel, 2001). A discussão parte do pressuposto de que a produção cinematográfica contemporânea costuma privilegiar a instância visual, relegando aos elementos sonoros uma função secundária de mero reforço da construção do sentido imagético. Para dar materialidade à discussão, realizamos uma análise detalhada da sequência de abertura do filme, que emprega a estratégia de combinar enquadramentos fechados e close-ups de objetos e partes do corpo humano com ruídos naturais amplificados, a fim de construir uma paisagem sonora hiper-real, propondo assim um modelo de escuta em que os sons afetam e modificam o sentido narrativo das imagens. Dessa maneira, o longa-metragem consegue subverter a tendência dominante e explorar os sons do cotidiano de forma autônoma e criativa. Assim, a partir da observação cuidadosa desta cena, que funciona como um microcosmo do processo criativo sonoro de todo o filme, propomos uma reflexão atenta sobre o papel dos sons no estabelecimento de uma relação mais sinestésica do que meramente informativa entre espectador e diegese fílmica. https://periodicos.ufjf.br/index.php/lumina/article/view/21550sound designhiper-realismopaisagem sonoraLucrecia Martelcinema argentino |
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Roberta Coutinho Rodrigo Carreiro |
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Este artigo tem como objetivo principal investigar o papel de sons ambientes e ruídos naturais do cotidiano na construção narrativa e estilística do filme argentino O Pântano (La Ciénaga, Lucrecia Martel, 2001). A discussão parte do pressuposto de que a produção cinematográfica contemporânea costuma privilegiar a instância visual, relegando aos elementos sonoros uma função secundária de mero reforço da construção do sentido imagético. Para dar materialidade à discussão, realizamos uma análise detalhada da sequência de abertura do filme, que emprega a estratégia de combinar enquadramentos fechados e close-ups de objetos e partes do corpo humano com ruídos naturais amplificados, a fim de construir uma paisagem sonora hiper-real, propondo assim um modelo de escuta em que os sons afetam e modificam o sentido narrativo das imagens. Dessa maneira, o longa-metragem consegue subverter a tendência dominante e explorar os sons do cotidiano de forma autônoma e criativa. Assim, a partir da observação cuidadosa desta cena, que funciona como um microcosmo do processo criativo sonoro de todo o filme, propomos uma reflexão atenta sobre o papel dos sons no estabelecimento de uma relação mais sinestésica do que meramente informativa entre espectador e diegese fílmica.
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