Summary: | Introdução: Os acidentes de trânsito são cada vez mais frequentes no país e ocupam o segundo lugar em óbitos por causas externas, sendo que os que envolvem motocicletas representam a principal causa de morte. Para o melhor entendimento desse contexto, se torna relevante conhecer o perfil epidemiológico dos acidentes de trânsito a partir de dados objetivos das indenizações pagas pelo seguro DPVAT e o número de internações no SUS, a fim de desenvolver políticas de saúde pública e de educação no trânsito. Objetivos: Descrever o perfil epidemiológico das indenizações pagas pelo DPVAT no Brasil e o perfil das internações no Sistema Único de Saúde por acidentes com motocicletas, de 2015 a 2018. Métodos: Estudo ecológico que utiliza os dados do SIH/SUS, por meio do portal eletrônico do DATASUS, e dados do Boletim Estatístico da Seguradora Líder (DPVAT) entre 2015 e 2018. Resultados e Discussão: Para todos os anos, o gênero mais acometido foi o masculino, com idade entre 18 e 34 anos. Em 2015, 76% das indenizações pagas foram para acidentes com motocicleta, representando um gasto total para o SUS de cerca de R$ 130 milhões. Em 2016, a maioria das indenizações pagas foi por invalidez permanente. Os acidentes automobilísticos corresponderam a 18% das internações por causas externas, com um custo total de cerca de R$ 140 milhões. Em 2017, o pedestre foi o segundo tipo de vítima mais comum (24% das indenizações pagas). Em 2018, quase 148 milhões foram gastos em internações pelo SUS. Conclusão: Acidentes por motocicletas correspondem à maioria das indenizações pagas pelo DPVAT. O gênero masculino, entre 18 e 34 anos, é o mais afetado. No SUS, das internações por acidente de trânsito, mais da metade é causada por motocicletas, com tempo médio de internação de 6 dias, e com grande custo financeiro.
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