Avaliação dos óbitos ocorridos no Hospital Universitário da Universidade Federal de Santa Catarina (HU/UFSC) Evaluation of deaths occurred at the University Hospital (HU/UFSC)

OBJETIVO: Avaliar os óbitos ocorridos no HU/UFSC. Comparar o perfil dos pacientes que morreram nas enfermarias com o daqueles que morreram na UTI. Verificar se os óbitos foram considerados esperados (E) e não evitáveis (NE). Constatar se houve recusa/suspensão de terapêutica (RST) precedendo a morte...

Full description

Bibliographic Details
Main Authors: Rachel Duarte Moritz, Guilherme Beduschi, Fernando Osni Machado
Format: Article
Language:English
Published: Associação Médica Brasileira 2008-10-01
Series:Revista da Associação Médica Brasileira
Subjects:
Online Access:http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0104-42302008000500009
Description
Summary:OBJETIVO: Avaliar os óbitos ocorridos no HU/UFSC. Comparar o perfil dos pacientes que morreram nas enfermarias com o daqueles que morreram na UTI. Verificar se os óbitos foram considerados esperados (E) e não evitáveis (NE). Constatar se houve recusa/suspensão de terapêutica (RST) precedendo a morte. MÉTODOS: Obtivemos dados por meio de ficha elaborada pela Comissão de Óbito Hospitalar (COH), na qual constavam os aspectos demográficos, clínicos e terapêuticos dos pacientes e a avaliação da COH sobre a expectativa/evitabilidade dos óbitos. RESULTADOS: Analisamos os dados dos 326 pacientes com mais de 14 anos, que morreram entre julho/2004 e dezembro/2005. Desses, 128 morreram na UTI (G1) e 198 nas enfermarias (G2). A RST precedeu 38,2% dos óbitos no G1 e 2% no G2 (p<0,001). As principais terapêuticas recusadas/suspensas foram drogas vasoativas e antibióticos. No G1 cerca de 20% das mortes foi classificada como E/NE. No G2 considerou-se 5% das mortes evitáveis e 6,5% não esperadas (p<0,001). Os pacientes do G1 eram mais jovens e do sexo masculino (p<0,005). A ordem de não reanimar constava em 48,4% dos prontuários do G2 e em 6,3% do G1(p<0,001). Manobras de reanimação cardiorrespiratória (RCR) ocorreram em 23,4% no G1 e em 5,5% no G2(p<0,001). CONCLUSÃO: Na UTI, os pacientes que morreram eram mais jovens, receberam mais DVA e os óbitos foram mais freqüentemente precedidos da RST. Houve reanimação cardiorrespiratória em 5% das PCR nas enfermarias onde se constatou ordem de não reanimar em 48% dos prontuários. Poucos óbitos foram considerados E/NE. Não houve indícios de erro profissional ou institucional nesses óbitos.<br>OBJECTIVE: To evaluate the deaths which occurred at the HU/UFSC. To compare the profile of patients who died in the wards with that of patients who died in the ICU. To classify deaths which were expected or not, and avoidable or not. To verify how often withholding or withdrawing (WW) therapy preceded death. METHODS: Archives of the Hospital Death Commission (HDC) were analyzed. The clinical and demographic records were retrieved from the HDC data bank. Deaths were classified by the HDC as expected or not and avoidable or not. RESULTS: Data from 326 dead persons over 14 years of age were analyzed. One hundred and twenty eight deaths occurred in the ICU (G1) and 198 in the wards (G2). WW therapy preceded 38.2% of deaths in G1 and 2% in G2 (p<0.001). The main WW therapies were vasoactive drugs and antibiotics. Almost 20% of deaths were unexpected/avoidable in G1. In G2 6.5% were considered unexpected and 5% avoidable (p<0.005). Patients in G1 were younger and mostly male (p<0.005). Do-not-resuscitate orders were registered in 48.4% of patients' medical charts in G2 and 6.3% in G1 (p<0.001). Cardiopulmonary resuscitation was performed in 23.4% of patients in G1 and in 5.5% in G2 (p<0.001). CONCLUSION: In G1, patients were younger and deaths were more frequently preceded by WW. In G2, half of the patients had do-not-resuscitate order registered in their medical charts. In only a few patients were deaths considered unexpected or avoidable. No evident professional or institutional error was identified.
ISSN:0104-4230
1806-9282