Summary: | RESUMO: Este artigo examina como o PISA vem sendo alargado de modo a incluir países de 'renda baixa e média', e levanta questões sobre a importância do teste em tais contextos e sobre a sua pretensão de produzir dados politicamente mais relevantes. O artigo começa por apresentar a história do PISA para o Desenvolvimento (PISA-D) e, depois, discute como este programa é negociado enquanto instrumento de política. Com base na noção de 'comunidade epistémica' (Haas, 1992), bem como na semiótica sócio-material (Law, 2008), este artigo analisa entrevistas sobre o PISA-D realizadas com atores da OCDE, da The Learning Bar (uma empresa privada) e, ainda, com atores políticos de alto nível do Equador e do Paraguai (dois países PISA-D). Ao debruçar-se sobre o processo de negociação em função do qual se estabeleceu o 'limiar de relevância política' do PISA-D, o artigo revela os múltiplos interesses envolvidos. Ao fazê-lo, o artigo põe em questão a reivindicação da relevância política do PISA-D e argumenta que a aceitação do 'limiar de relevância política' do PISA-D é determinada pelo compromisso com a 'comunidade epistêmica do PISA' (Bloem 2015). O artigo conclui questionando o que significa 'relevância política' no mundo PISA. Em tempos de 'governança epistemológica' (Sellar e Lingard 2013), a comunidade mundial da educação global parece ter deslocado a sua atenção dos conhecimentos são relevantes para a política para os conhecimento que contam para a política.
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