Summary: | O artigo discute alguns aspectos do mundo do trabalho, considerando-o como dimensão estruturante da vida social e buscando perceber o modo como acarreta e reproduz seus efeitos de modo mais amplo. A desregulamentação do trabalho e dos direitos correspondentes, desencadeada no Brasil a partir dos anos oitenta, tornou os trabalhadores mais dependentes de políticas assistenciais e, mais especialmente, dos processos de integração primária, "proteção próxima" e vínculos, sugerindo indagar-se até que ponto esses últimos constituem ainda, prioritariamente, os elementos-chave da reprodução nos setores urbanos das periferias. Demonstra-se a existência de mudanças significativas que incidem sobre a relação família-comunidade, situada no eixo da integração primária, e discutem-se alguns dos seus efeitos e alcances efetivos com base nas teses que problematizam tais temas. O artigo prossegue com questões teóricas e metodológicas e, complementarmente, recorre a dados empíricos a fim de exemplificar alguns desses efeitos e alcances, abordando-os através da noção de territórios de precariedade situados entre a população de trabalhadores e não-trabalhadores residentes em bairros periféricos de Salvador, Bahia.
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