Summary: | O início do governo Lula em 2003 marcou o aprofundamento e a aceleração de um processo que começou a se delinear durante o segundo mandato de Fernando Henrique Cardoso. A nova política externa brasileira de perfil globalista, em oposição à política externa bilateral e alinhada com os Estados Unidos dos anos 1990, visou a projeção internacional do Brasil como país emergente e a diversificação de parceiros, especialmente no Sul. O crescente peso diplomático e econômico adquirido pelo continente africano nas relações exteriores do Brasil após 2003 demostra uma inflexão da política externa brasileira para seus parceiros do Sul, em detrimento do afastamento e seletividade da década de 1990. O presente artigo tem por objetivo analisar o lugar das relações afro-brasileiras dentro da política externa dos presidentes Lula da Silva e Dilma Rousseff. A hipótese sustentada é que o continente africano representa uma importante fronteira comercial e diplomática para o Brasil e que, por essa razão teve sua posição fortalecida dentro no espectro de parceiros brasileiros. Para tanto, serão analisadas as relações diplomáticas, de cooperação e comerciais no período compreendido entre o primeiro mandato de Luiz Inácio Lula da Silva em 2003 e o fim do primeiro mandato de Dilma Rousseff em 2014.
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