Emprêgo do curare em convulsoterapia
Curare, sob a forma de Intocostrin, foi usado em um grupo de casos selecionados, representando condições diversas que contra-indicavam a convulsoterapia não modificada. Foram realizadas 37 aplicações, sem a ocorrência de qualquer acidente traumático, verificando-se em todos os casos acentuada diminu...
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Academia Brasileira de Neurologia (ABNEURO)
1947-12-01
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Series: | Arquivos de Neuro-Psiquiatria |
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doaj-06dad43e2bc64baa9a8beab2b6daade92020-11-24T22:38:22ZengAcademia Brasileira de Neurologia (ABNEURO)Arquivos de Neuro-Psiquiatria1678-42271947-12-0154347358S0004-282X1947000400001Emprêgo do curare em convulsoterapiaAmando Caiuby Novaes0Universidade de São PauloCurare, sob a forma de Intocostrin, foi usado em um grupo de casos selecionados, representando condições diversas que contra-indicavam a convulsoterapia não modificada. Foram realizadas 37 aplicações, sem a ocorrência de qualquer acidente traumático, verificando-se em todos os casos acentuada diminuição da rigidez tônico-clônica caraterística das crises provocadas pelos agentes convulsionantes. Com sua associação, o temor dos pacientes pela convulsoterapia se torna bastante reduzido e o mal-estar pós-paroxístico é menos intenso do que na terapêutica não modificada. A prostigmina, sendo um antídoto do curare, deve ser administrada em todos os casos em que a curarização se afigure muito pronunciada. A dose de 1 miligramo por quilo de peso é suficiente para determinar curarização satisfatória, aconselhando-se, entretanto, na primeira aplicação, o emprego de 10% menos da dose estipulada. Não verificamos a necessidade do emprego de doses de cardiazol maiores do que as utilizadas na cardiazoloterapia simples. São semelhantes os resultados clínicos obtidos com a convulsoterapia com ou sem curarização preliminar, o que demonstra que o curare não modifica a eficácia terapêutica dos agentes convulsionantes. Podemos concluir, do que acima ficou exposto, que a curarização preliminar constitui o meio ideal de eliminar com sucesso o risco de complicações traumáticas decorrentes da convulsoterapia, permitindo, por isso, o emprego das terapêuticas de choque a indivíduos que, diante de suas condições somáticas, não poderiam, de outro modo, ser tratados com segurança. Pelas vantagens que oferece e segurança de sua administração, poderia vir a constituir, não fôra razões sobretudo de ordem econômica, prática rotineira como modificador da convulsoterapia pelo cardiazol ou eletrochoque. Foram tais considerações, aliadas ao fato de serem estas as primeiras observações publicadas em nosso meio, que nos levaram à apresentação deste trabalho.http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0004-282X1947000400001&lng=en&tlng=en |
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