UMA NOVA MORALIDADE PARA A CIVILIZAÇÃO TECNOLÓGICA?
Adentramos em uma época, definitivamente, sem precedentes. Uma época na qual todas as metanarrativas se esvaziaram normativamente, os exemplos de outrora de tornaram opacos, enquanto transitamos na terra de ninguém, no vazio ético. Os valores, antes encarados como sólidos, se desmancharam no ar, ao...
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Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Piauí
2020-04-01
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Series: | Cadernos Cajuína |
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doaj-06bcad4930584196a527eca7703968af2021-04-08T21:10:36ZporInstituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do PiauíCadernos Cajuína2448-09162020-04-0152115127231UMA NOVA MORALIDADE PARA A CIVILIZAÇÃO TECNOLÓGICA?Maurício Fernandes0Doutor em Filosofia pela Universidade do Vale do Rio dos Sinos (UNISINOS). Professor permanente do Programa de Pós-Graduação em Filosofia da UFPI. Professor de Filosofia na UFPI. Membro pesquisador no GT Filosofia da Técnica e Tecnologia da ANPOF.Adentramos em uma época, definitivamente, sem precedentes. Uma época na qual todas as metanarrativas se esvaziaram normativamente, os exemplos de outrora de tornaram opacos, enquanto transitamos na terra de ninguém, no vazio ético. Os valores, antes encarados como sólidos, se desmancharam no ar, ao passo que os novos valores encarnados pelo novo homem moderno, ainda não despontaram no horizonte. A Modernidade não possui de onde retirar seus exemplos, exceto de si mesma, da tentativa de construir estes novos valores e normatividade. A vida danificada aparece em um horizonte próximo em nossa sociedade, é posta por todos os lados na perspectiva dos sujeitos que, saqueados de seu potencial de emancipação e autonomia, transitam na perspectiva imposta pelo mercado e pelo controle biopolítico dos corpos, e na transformação do sujeito em um mero conjunto de dados (Gläserner Mensch). A única possibilidade de recobrar-se deste cenário é a reabilitação de conteúdos que articulem uma tomada de posicionamento que restitua ao sujeito a possibilidade de projetar uma autobiografia de uma vida não danificada. Esta restituição da autonomia do sujeito, a responsabilidade e a tomada de decisões em cenários práticos implicam em um novo rumo ao quadro de nossa moralidade. É precisamente neste novo rumo que centramos esforços neste texto, no intuito de expor uma problemática complexa, da qual uma possível e necessária resolução seja a construção de uma nova moralidade. Um novo tipo de relação com nosso poder investido pela tecnociência, e nosso existir. Neste contexto há um itinerário marcado por contributos da Hermenêutica que podem ser assumidos na construção desta nova moralidade.https://cadernoscajuina.pro.br/revistas/index.php/cadcajuina/article/view/397 |
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Adentramos em uma época, definitivamente, sem precedentes. Uma época na qual todas as metanarrativas se esvaziaram normativamente, os exemplos de outrora de tornaram opacos, enquanto transitamos na terra de ninguém, no vazio ético. Os valores, antes encarados como sólidos, se desmancharam no ar, ao passo que os novos valores encarnados pelo novo homem moderno, ainda não despontaram no horizonte. A Modernidade não possui de onde retirar seus exemplos, exceto de si mesma, da tentativa de construir estes novos valores e normatividade. A vida danificada aparece em um horizonte próximo em nossa sociedade, é posta por todos os lados na perspectiva dos sujeitos que, saqueados de seu potencial de emancipação e autonomia, transitam na perspectiva imposta pelo mercado e pelo controle biopolítico dos corpos, e na transformação do sujeito em um mero conjunto de dados (Gläserner Mensch). A única possibilidade de recobrar-se deste cenário é a reabilitação de conteúdos que articulem uma tomada de posicionamento que restitua ao sujeito a possibilidade de projetar uma autobiografia de uma vida não danificada. Esta restituição da autonomia do sujeito, a responsabilidade e a tomada de decisões em cenários práticos implicam em um novo rumo ao quadro de nossa moralidade. É precisamente neste novo rumo que centramos esforços neste texto, no intuito de expor uma problemática complexa, da qual uma possível e necessária resolução seja a construção de uma nova moralidade. Um novo tipo de relação com nosso poder investido pela tecnociência, e nosso existir. Neste contexto há um itinerário marcado por contributos da Hermenêutica que podem ser assumidos na construção desta nova moralidade. |
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