Summary: | Este artigo propõe uma leitura de À sombra do Vulcão, de Malcolm Lowry, centrada na importância da história moderna e na presença do Império Britânico na narrativa do último dia de Geoffrey Firmin. Seguindo a noção de uma “leitura contrapontística” dos textos canônicos ingleses, formulada por Edward Said, discuto que, por ter nascido na Índia, o Cônsul (britânico) não consegue ter um sentido de pertencimento à Grã Bretanha, senão que se encontra em uma situação intersticial e liminar que antecipa a ruptura entre uma identidade imperial e uma identidade nacional, uma das maiores problemáticas abordadas nos estudos teóricos atuais sobre a identidade (especialmente nos estudos pós-coloniais). A partir desta perspectiva, a ênfase na situação imperial permite uma leitura que rompe com as interpretações do México como um “paraíso infernal” que perpetuou o estereótipo do nosso país mesmo em estudos críticos sobre o romancista.
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