Anedotas, fragmentos, trechos, blogs: informações no século XVIII
Ao ler a obra de Daniel Roche, sente-se a presença de um enorme conhecimento, mas também - e este é um aspecto de seus escritos que guarda relação com as de Marc Bloch e Lucien Febvre – percebe-se a advertência contra o perigo que assombra qualquer investigação histórica: o anacronismo. Para nós, Hi...
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Universidade Federal da Grande Dourados
2013-09-01
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Series: | Fronteiras |
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doaj-053c8a857bc5419cbec6c4af9992cb2a2020-11-25T01:37:56ZporUniversidade Federal da Grande DouradosFronteiras2175-07422013-09-01142511171328Anedotas, fragmentos, trechos, blogs: informações no século XVIIIRobert Darnton0HarvardAo ler a obra de Daniel Roche, sente-se a presença de um enorme conhecimento, mas também - e este é um aspecto de seus escritos que guarda relação com as de Marc Bloch e Lucien Febvre – percebe-se a advertência contra o perigo que assombra qualquer investigação histórica: o anacronismo. Para nós, Históriadores, o anacronismo pode ser considerado como o pecado original. Inconscientemente, tendemos a incorrer num erro fundamental, que é assumir que nossos ancestrais habitavam um mundo mental que se assemelha ao nosso. Eis a razão de, em estudos da sociedade do Antigo Regime, todos os caminhos parecerem levar à Revolução. Daniel Roche soube evitar essa armadilha porque ele não se apegou aos lugares comuns da história sociocultural. Em vez de ficar em Paris, ele descobriu a “república das letras” nas academias provinciais e, sem negar a importância óbvia dos grandes filósofos, nos apresentou o Iluminismo tal como vivido por um plebeu, o vidraceiro Jacques-Louis Ménétra. A obra inteira de Daniel Roche reflete o cuidado de respeitar o passado naquilo que constitui a sua originalidade, em vez de reduzi-lo a uma perspectiva delimitada pelas preocupações do presente.http://ojs.ufgd.edu.br/index.php/FRONTEIRAS/article/view/2662 |
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Ao ler a obra de Daniel Roche, sente-se a presença de um enorme conhecimento, mas também - e este é um aspecto de seus escritos que guarda relação com as de Marc Bloch e Lucien Febvre – percebe-se a advertência contra o perigo que assombra qualquer investigação histórica: o anacronismo. Para nós, Históriadores, o anacronismo pode ser considerado como o pecado original. Inconscientemente, tendemos a incorrer num erro fundamental, que é assumir que nossos ancestrais habitavam um mundo mental que se assemelha ao nosso. Eis a razão de, em estudos da sociedade do Antigo Regime, todos os caminhos parecerem levar à Revolução. Daniel Roche soube
evitar essa armadilha porque ele não se apegou aos lugares comuns da história sociocultural. Em vez de ficar em Paris, ele descobriu a “república das letras” nas academias provinciais e, sem negar a importância óbvia dos grandes filósofos, nos apresentou o Iluminismo tal como vivido por um plebeu, o vidraceiro Jacques-Louis Ménétra. A obra inteira de Daniel Roche reflete o cuidado de respeitar o passado naquilo que constitui a sua originalidade, em vez de reduzi-lo a uma perspectiva delimitada pelas preocupações do presente. |
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