Idosos “roqueiros” e juventude eterna: pistas para reflexão
Neste artigo, fruto de pesquisa exploratória e qualitativa, buscou-se desenvolver uma discussão sobre rock, juventude, velhice e sua relação com os estereótipos negativos vinculados ao “ser velho” e ao “ser roqueiro”. Através de entrevistas individuais apoiadas em roteiros semiestruturados, coletara...
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Pontifícia Universidade Católica de São Paulo
2013-10-01
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Series: | Kairós Gerontologia |
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doaj-04a7bc893cea4e04a677ac54bf045f022020-11-24T22:32:56ZengPontifícia Universidade Católica de São PauloKairós Gerontologia1516-25672176-901X2013-10-0115029131212304Idosos “roqueiros” e juventude eterna: pistas para reflexãoMariana PiccoliAndrea LopesJosé Renato Campos AraújoBibiana GraeffNeste artigo, fruto de pesquisa exploratória e qualitativa, buscou-se desenvolver uma discussão sobre rock, juventude, velhice e sua relação com os estereótipos negativos vinculados ao “ser velho” e ao “ser roqueiro”. Através de entrevistas individuais apoiadas em roteiros semiestruturados, coletaram-se percepções de quatro idosos (60 anos ou mais), residentes em São Paulo e que se consideram roqueiros, sobre questões vinculadas ao rock enquanto estilo de vida e movimento sociocultural originariamente “jovem”. Investigou-se também como essas pessoas lidam com o mito de “eterna juventude”, característico de algumas manifestações da cultura roqueira e do imaginário geral em torno do combate à velhice. Em relação à velhice, os quatro participantes entrevistados apontam aspectos negativos (limitações físicas) e positivos (maturidade e experiência de vida). Se, por um lado, afirmam nunca ter tido um desejo de eterna juventude, por outro lado, nunca deixaram de se sentir jovens, pois se consideram, em sua maioria, jovens no espírito. Entendem, assim, que, embora a juventude seja uma etapa cronológica passageira, pode também se manifestar, se a pessoa quiser, como um estado de espírito permanente. Embora não sejam músicos, veem-se como roqueiros por gostarem do gênero musical, por terem vivenciado há muito tempo o rock e terem memórias relacionadas à cultura roqueira, mas também por socializarem em torno do rock, seja como forma de lazer, seja nas relações familiares. Todos são categóricos ao afirmarem que o rock, hoje, é para todas as idades. Em conclusão, se por um lado, de um modo geral, os entrevistados relatam uma negação de um desejo de eterna juventude, por outro lado, não se consideram, em sua maioria, uma pessoa idosa, o que pode parecer paradoxal. Abrem-se novas pistas investigativas, tais como: seria o sentimento de “juventude no espírito” mais frequente em idosos que se dizem roqueiros? E se estivéssemos lidando com roqueiros músicos profissionais, os sentimentos com relação à juventude e à velhice seriam os mesmos dos roqueiros não profissionais?http://revistas.pucsp.br/index.php/kairos/article/view/17308IdososRoqueirosRockEterna JuventudeJuventude |
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Neste artigo, fruto de pesquisa exploratória e qualitativa, buscou-se desenvolver uma discussão sobre rock, juventude, velhice e sua relação com os estereótipos negativos vinculados ao “ser velho” e ao “ser roqueiro”. Através de entrevistas individuais apoiadas em roteiros semiestruturados, coletaram-se percepções de quatro idosos (60 anos ou mais), residentes em São Paulo e que se consideram roqueiros, sobre questões vinculadas ao rock enquanto estilo de vida e movimento sociocultural originariamente “jovem”. Investigou-se também como essas pessoas lidam com o mito de “eterna juventude”, característico de algumas manifestações da cultura roqueira e do imaginário geral em torno do combate à velhice. Em relação à velhice, os quatro participantes entrevistados apontam aspectos negativos (limitações físicas) e positivos (maturidade e experiência de vida). Se, por um lado, afirmam nunca ter tido um desejo de eterna juventude, por outro lado, nunca deixaram de se sentir jovens, pois se consideram, em sua maioria, jovens no espírito. Entendem, assim, que, embora a juventude seja uma etapa cronológica passageira, pode também se manifestar, se a pessoa quiser, como um estado de espírito permanente. Embora não sejam músicos, veem-se como roqueiros por gostarem do gênero musical, por terem vivenciado há muito tempo o rock e terem memórias relacionadas à cultura roqueira, mas também por socializarem em torno do rock, seja como forma de lazer, seja nas relações familiares. Todos são categóricos ao afirmarem que o rock, hoje, é para todas as idades. Em conclusão, se por um lado, de um modo geral, os entrevistados relatam uma negação de um desejo de eterna juventude, por outro lado, não se consideram, em sua maioria, uma pessoa idosa, o que pode parecer paradoxal. Abrem-se novas pistas investigativas, tais como: seria o sentimento de “juventude no espírito” mais frequente em idosos que se dizem roqueiros? E se estivéssemos lidando com roqueiros músicos profissionais, os sentimentos com relação à juventude e à velhice seriam os mesmos dos roqueiros não profissionais? |
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