Summary: | Introdução: O Boletim de Saúde Infantil e Juvenil (BSIJ) é um instrumento imprescindível, que se destina ao registo dos factos mais importantes relacionados com a saúde da criança/adolescente. Apesar da sua reconhecida relevância, continua a ser subutilizado. O objetivo deste trabalho foi conhecer as práticas de registo dos pediatras e médicos de família no BSIJ, avaliando o grau de preenchimento das várias secções, nomeadamente nas consultas por idade-chave.
Métodos: Estudo observacional e transversal. Amostra de conveniência constituída por crianças e adolescentes com idade inferior a 18 anos, portadoras do BSIJ e que recorreram à urgência pediátrica, consulta externa ou enfermaria de um Serviço de Pediatria, entre Maio e Junho de 2013. Foi utilizada uma grelha de avaliação elaborada pelos autores, para anotação da presença/ausência de registos em cada secção dos boletins.
Resultados: Obtiveram-se 200 BSIJ, pertencentes a crianças/adolescentes com média de idades de quatro anos e cinco meses. Em 28% dos boletins, não estava indicado o nome da criança. As secções com taxas de preenchimento mais reduzidas foram: “curva de IMC”, “Desenvolvimento” e “Fotografia”. A secção “Hospitalizações” não continha registos em 95,4% da amostra. A observação dentária foi registada num único boletim. Apresentavam registos em todas as consultas idade-chave 23,0% BSIJ. Dos boletins com registos em todas as consultas, 91% pertenciam a crianças com idade inferior a seis anos (p=0,004).
Discussão: O BSIJ possui secções com registos deficitários. Numa fase de transição, com a criação do e-boletim, é urgente alertar e sensibilizar os profissionais de saúde para esta lacuna.
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