Summary: | A infeção por VIH/Sida, um dos mais graves problemas de saúde pública do mundo, afeta atualmente cerca de 35 milhões de pessoas, apesar dos progressivos sinais animadores no sentido de a contrariar, como a diminuição do número de mortes provocadas pelo VIH/Sida, o aumento do acesso ao tratamento, entre outros (UNAIDS, 2014). As campanhas de prevenção da infeção VIH/Sida, uma peça chave na resposta à epidemia, tanto pelo apoio às iniciativas de prevenção como na promoção de um ambiente livre de estigmas e discriminação, veiculam com frequência representações de género múltiplas e conflituantes (Meyer, Santos, Oliveira & Wilhelms, 2004), baseadas em estereótipos de papéis sexuais e de género (OPS, 2010). À luz de uma tão proclamada educação em sexualidade, que permita a aprendizagem de informações culturalmente relevantes e cientificamente corretas (UNESCO, 2010), é possível incorporar a análise crítica destes discursos, que “nunca dizem nada por dizer” (Gregolin, 2007, p.23) e que, impregnados de desigualdades de género (e poder), obstaculizam a prevenção (Pinto-Coelho, 2009; Rogow & Haberland, 2005). Este artigo, inserido no Projeto de Doutoramento em curso, onde se analisam campanhas de prevenção do VIH/Sida produzidas por OG e ONG de Países da CPLP entre 2000 e 2010, procura ser mais um contributo para o debate.
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