“Arquitetura da Destruição” e a Segregação Cotidiana na Cultura

A partir de breve resenha sobre o documentário Arquitetura da Destruição, pretende-se destacar uma discussão acerca da segregação cotidiana na sociedade atual. Parte-se da tese lacaniana de 2003 exposta na Proposição de 9 de Outubro de 1967 sobre o Psicanalista da Escola, que indica três pontos que...

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Bibliographic Details
Main Authors: Bruno Curcino Hanke, Humberto Moacir de Oliveira
Format: Article
Language:Portuguese
Published: Universidade de Fortaleza 2016-07-01
Series:Revista Subjetividades
Subjects:
Online Access:https://periodicos.unifor.br/rmes/article/view/5113
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spelling doaj-024fe46024504980b3e110aff8de2ea02020-11-25T02:25:36ZporUniversidade de FortalezaRevista Subjetividades2359-07772359-07772016-07-0115347247810.5020/23590777.15.3.472-4783967“Arquitetura da Destruição” e a Segregação Cotidiana na CulturaBruno Curcino Hanke0Humberto Moacir de Oliveira1Faculdade Pitágoras de BetimFaculdade Pitágoras de IpatingaA partir de breve resenha sobre o documentário Arquitetura da Destruição, pretende-se destacar uma discussão acerca da segregação cotidiana na sociedade atual. Parte-se da tese lacaniana de 2003 exposta na Proposição de 9 de Outubro de 1967 sobre o Psicanalista da Escola, que indica três pontos que deveriam ser preocupação dos psicanalistas: uma escola de formação em psicanálise hierarquizada, o Complexo de Édipo e os campos de concentração. Lacan destaca o engendramento dos últimos dois conceitos como a dinâmica que a sociedade incorporou ao cotidiano, como um paradigma da subjetividade contemporânea. O esvaziamento dos sujeitos, tal e qual acontece nos campos de concentração, é percebido também numa cultura que privilegia as relações pautadas pela lógica mercadológica. À parte a diferença entre se tratar de um esvaziamento forçado (no regime nazista) ou não (sociedade de mercado), o fato é que a alienação ao Outro e ao próprio gozo aparecem como elementos centrais na manutenção da segregação social. Se o discurso hitlerista de harmonia e eugenia teve eco social, foi justamente no ponto em que se arregimentava um Outro poderoso o bastante para que seu desejo de domínio suplantasse a anulação dos que se submeteram a ele. Seguindo tal indicação, o artigo enfatiza ao seu final a relação contemporânea que se constrói entre cidadania e gozo.https://periodicos.unifor.br/rmes/article/view/5113psicanálise, campos de concentração, lacan, gozo, cidadania
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