Redomas de vidro: relações entre tato, cultura material e práticas de institucionalização
Uma pergunta costuma me atormentar, dada sua aparente obviedade: porque não podemos tocar os objetos em museus? Podemos ver, podemos olhar, mas não podemos interagir com a cultura material institucionalizada. Por quê? Embora a resposta mais óbvia seja a de que o toque pode resultar na destruição dos...
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Universidade Estadual de Campinas
2015-06-01
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doaj-01ab566d1af04ba481085b4ece7d02fc2021-06-21T13:53:30ZporUniversidade Estadual de CampinasRevista Arqueologia Pública2237-82942015-06-0181[9]10.20396/rap.v8i1.86356793444Redomas de vidro: relações entre tato, cultura material e práticas de institucionalizaçãoJosé Roberto Pellini0Universidade de São PauloUma pergunta costuma me atormentar, dada sua aparente obviedade: porque não podemos tocar os objetos em museus? Podemos ver, podemos olhar, mas não podemos interagir com a cultura material institucionalizada. Por quê? Embora a resposta mais óbvia seja a de que o toque pode resultar na destruição dos objetos, acredito que haja algo mais profundo envolto nessa questão, que é a construção do tato como o sentido do inculto, do selvagem. Nesse sentido, tocar ou não tocar estabelece um jogo de autoridade que define o Eu e o Outro. Ao mesmo tempo, ao se excluir a possibilidade da interação corporal com os objetos, limita-se o entendimento do público e perpetua-se um modelo específico de entender o mundo.https://periodicos.sbu.unicamp.br/ojs/index.php/rap/article/view/8635679Toque. Cultura material. Arqueologia sensorial. |
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Uma pergunta costuma me atormentar, dada sua aparente obviedade: porque não podemos tocar os objetos em museus? Podemos ver, podemos olhar, mas não podemos interagir com a cultura material institucionalizada. Por quê? Embora a resposta mais óbvia seja a de que o toque pode resultar na destruição dos objetos, acredito que haja algo mais profundo envolto nessa questão, que é a construção do tato como o sentido do inculto, do selvagem. Nesse sentido, tocar ou não tocar estabelece um jogo de autoridade que define o Eu e o Outro. Ao mesmo tempo, ao se excluir a possibilidade da interação corporal com os objetos, limita-se o entendimento do público e perpetua-se um modelo específico de entender o mundo. |
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