Summary: | Este artigo, a partir de um estudo de caso – A Universidade do Vale do Paraíba, situada em São José dos Campos/SP - investiga a possibilidade da universidade comunitária, enfrentar os constrangimentos colocados pelo progressivo processo de mercantilização do ensino superior brasileiro e, assim, contribuir para sua efetiva democratização. Com fundamento na dialética negativa de Theodor W. Adorno, buscou-se identificar a tensão entre o conceito da universidade comunitária (suas dimensões positivas e normativas) e as concepções que os diversos atores institucionais possuem sobre as práticas que realizam e sobre o papel comunitário da instituição. Com base em dados do Censo da Educação Superior do MEC/Inep, da legislação educacional brasileira e documentos institucionais da universidade pesquisada, além de entrevistas com os atores institucionais (Gestores, Conselheiros Externos, Coordenadores de Curso, Pesquisadores, Docentes e Funcionários), sugere-se que o agir universitário comunitário é um agir dialético, crítico à realidade dada e, por assim se constituir, possibilita pela crítica imanente a busca do ideal proclamado de uma educação comunitária. Assim, o caminho para a universidade construir sua identidade comunitária é ampliar a discussão e a participação da comunidade interna e externa na definição e execução das políticas institucionais de ensino, pesquisa, extensão e gestão, concebendo a universidade como uma instituição e não como uma organização, bem com a educação como um direito e não um serviço. Por fim, buscar compreender a dialética do agir universitário comunitário contribui para o resgate do sentido eminentemente político e transformador da ação humana na relação educacional comunitária.
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