Dando nome e classe aos bois: a reversibilidade entre homens e bois na construção de uma elite nacional
O estudo de animais tem sido uma constante há pelo menos uma década na antropologia nacional. Porém, poucos são os trabalhos que tem conseguido cumprir a proposição de “levá-los a sério”, colocando-os no centro de questões fundamentais do país. Nomes aos Bois: Zebu e Zebueiros em uma Pecuária de Eli...
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Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro
2017-09-01
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Series: | Estudos Sociedade e Agricultura |
Online Access: | https://revistaesa.com/ojs/index.php/esa/article/view/940 |
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doaj-008b335e961f4b8ea24550bb25db6d142020-11-25T03:16:55ZporUniversidade Federal Rural do Rio de JaneiroEstudos Sociedade e Agricultura2526-77522017-09-01253696699940Dando nome e classe aos bois: a reversibilidade entre homens e bois na construção de uma elite nacionalLeonardo Vilaça Dupin0Beatriz Ribeiro Machado1https://orcid.org/0000-0002-7832-414XUniversidade Estadual de Campinas , BrasilUniversidade Estadual de Campinas, BrasilO estudo de animais tem sido uma constante há pelo menos uma década na antropologia nacional. Porém, poucos são os trabalhos que tem conseguido cumprir a proposição de “levá-los a sério”, colocando-os no centro de questões fundamentais do país. Nomes aos Bois: Zebu e Zebueiros em uma Pecuária de Elite é um competente trabalho nesse sentido, trazendo contribuições em áreas contemporâneas da disciplina (antropologia da política e da ciência), mas colocando em questão também temas clássicos (sangue, parentesco, rituais e sistemas de trocas). Todos esses aqui impossibilitados de serem tratados separadamente. O resultado deste trabalho de imersão, realizado no âmbito do Programa de Pós-Graduação em Antropologia da USP, foi premiado pela ANPOCS como tese destaque no ano de 2015. Em todo esse circuito, o interesse primordial da autora é em um tipo específico de bovino, aquele que não vai para o abate, em função do seu alto valor como reprodutor. O chamado “gado de elite” não é destinado a abastecer o mercado de carne nacional e internacional, ainda que seus animais sirvam de referência a este. Tais bovinos frequentam pistas de leilões, são criados em baias e vendidos por valores impares (bem acima de países com tradição na área de criação como EUA e França).https://revistaesa.com/ojs/index.php/esa/article/view/940 |
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O estudo de animais tem sido uma constante há pelo menos uma década na antropologia nacional. Porém, poucos são os trabalhos que tem conseguido cumprir a proposição de “levá-los a sério”, colocando-os no centro de questões fundamentais do país. Nomes aos Bois: Zebu e Zebueiros em uma Pecuária de Elite é um competente trabalho nesse sentido, trazendo contribuições em áreas contemporâneas da disciplina (antropologia da política e da ciência), mas colocando em questão também temas clássicos (sangue, parentesco, rituais e sistemas de trocas). Todos esses aqui impossibilitados de serem tratados separadamente. O resultado deste trabalho de imersão, realizado no âmbito do Programa de Pós-Graduação em Antropologia da USP, foi premiado pela ANPOCS como tese destaque no ano de 2015. Em todo esse circuito, o interesse primordial da autora é em um tipo específico de bovino, aquele que não vai para o abate, em função do seu alto valor como reprodutor. O chamado “gado de elite” não é destinado a abastecer o mercado de carne nacional e internacional, ainda que seus animais sirvam de referência a este. Tais bovinos frequentam pistas de leilões, são criados em baias e vendidos por valores impares (bem acima de países com tradição na área de criação como EUA e França). |
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